Pobre curinga, não passa de um colecionador de instantes.
Dentre tantos, o de menos importância.
Na desprezível função de tapa buracos.
Bobo da corte,
lança no mundo teus risos dissimulados.
Poeta de fascínio trágico.
Colecionador de adeuses e ilusões.
Nunca caberá mostrar o quão grande é teu coração pra uma dama.
Não passa de uma escolha efêmera.
Não se figura a nenhum naipe.
Se jogada não combina
logo será descartado do jogo.
O curinga pertence a corações vazios
e a uma vontade sem fim de ser,
de se sentir no mundo.
Mas é apenas um palhaço em seu universo imaginário
e nada mudará sua situação de tapa buracos
Recolhido na caixa de baralho,
o curinga se permite chorar.
É dentro de si que se abre uma janela para os sonhos.
Beleza rara que se vê da solidão.
Eis o seu patrimônio, caro joker.
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