Chegará
o dia em que os rugidos serão soltos. Mas será que alguém contará quantas vezes
nós fizemos os outros sorrirem ou quantas vezes repousamos os nossos corpos
perante outros corpos para idolatrá-los? Mas chegará o dia em que as mãos
perderão seus movimentos e não vão mais se direcionar a outras mãos, ou mesmo
os pés que não precisarão acompanhar nada, nem mesmo os quadris vão sentir a
necessidade de se oferecer a outros quadris. É através da janela ,que entra os
agitados raios de luz solar, que se ouvirá o jubilo infernal. A mentira que se
criou, quando o fraco temeu o forte, pela palavra e na palavra, será silenciada
pelo rugido. E é a partir daí que não mais olharemos aos céus com lágrimas
beatas sofridas, nem louvaremos pela fraca condição humana. Não haverá mais
longas palavras, nem longas frases, nem ideias que se perdem ao vento, entre um
som que emana de cada célula animal e a vontade sem limites e sem razão do
amanhã.
Que tudo permaneça contraditoriamente vivo e pulsante!
Descrição perfeita da nossa capacidade maldita de querer e ser tudo, e não conseguir ser e ter nada. E quando percebemos o tempo já passou, e tudo q passa, simplesmente não volta...
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