quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Chegará o dia em que os rugidos serão soltos. Mas será que alguém contará quantas vezes nós fizemos os outros sorrirem ou quantas vezes repousamos os nossos corpos perante outros corpos para idolatrá-los? Mas chegará o dia em que as mãos perderão seus movimentos e não vão mais se direcionar a outras mãos, ou mesmo os pés que não precisarão acompanhar nada, nem mesmo os quadris vão sentir a necessidade de se oferecer a outros quadris. É através da janela ,que entra os agitados raios de luz solar, que se ouvirá o jubilo infernal. A mentira que se criou, quando o fraco temeu o forte, pela palavra e na palavra, será silenciada pelo rugido. E é a partir daí que não mais olharemos aos céus com lágrimas beatas sofridas, nem louvaremos pela fraca condição humana. Não haverá mais longas palavras, nem longas frases, nem ideias que se perdem ao vento, entre um som que emana de cada célula animal e a vontade sem limites e sem razão do amanhã.
Que tudo permaneça contraditoriamente vivo e pulsante! 




Um comentário:

  1. Descrição perfeita da nossa capacidade maldita de querer e ser tudo, e não conseguir ser e ter nada. E quando percebemos o tempo já passou, e tudo q passa, simplesmente não volta...

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