Olá! Tem alguém aí? Acene se puder me
ouvir...
Eu preciso de algumas informações, você pode me ajudar?
Gostaria que mantivesse um contato “invisual”,
pois há uma parte em mim que fracassa ao ver ruas contornadas e derrubadas pelo
sono divino.
Observe aquele garoto solitário que acaba de
acenar no colo da mãe, e ela ao segurar, usa a outra mão imaginando o que
poderá fazer pra conseguir usar as duas.
Ele já entende o adeus, mas os anos surgirão
com toda majestade de esquecimento, e eu não posso ficar acordada esse tempo
todo, presenciando o esquecimento.
Tenho a sensação de que todas as pessoas
estão olhando a grande tela, a grande lente, agonizando como pedido, então
desligue a cidade e apague todas as luzes.
Não sustente as praças postas à mesa, pois não
possuímos nenhum monumento tão velho assim... Há uma possibilidade de eu ter
existido quando eles foram erguidos. Vocês os machucaram, a ferros e cortinas
enfeitadas.
Há um clima criado, perfurado, limpo após um
bom banho, gelado, corpos quentes, juntos, conscientes da velha ordem. Então
apague todas as luzes, talvez isso persista na dor.
Vocês traíram a revolta humana, vocês traíram
a tentativa de ajuda entre aqueles amigos.
Vocês destruíram corpos, corpos que não
incomodam mais, me ajude a entender isso. Eles precisam desaparecer para os
seus dentes aparecerem na última página? Eles não tiveram a oportunidade de ver
os fios de cabelo ganhando pigmentos como o seu.
Hoje a doce segunda inverte sua posição, mãos
acariciam os braços, mas os dedos se parecem com garras.
Há um parente importunando a pequena garota
pensativa, que como um ato de covardia, não move os olhos, não encara aquela
demonstração de loucura e realidade. Continua a crer que a realidade tortura
mais a invenção do que a própria mente.
Agora a felicidade e a sapiência respondem "Sim Senhor!" ao próprio exército.
Nada será mudado, nem mesmo quando a volta
estiver completa.
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